E, de última, ando sem saber o que dizer e como dizer. Engulo as palavras como uma gulosa pecadora, porque não tenho a necessidade de tê-las (e, na verdade, nem quero), mas as tenho. Não quero porque é feio. E bonito é não saber o que falar quando se tem muito a dizer. Quando se pode falar de outras formas, anti-palavras.
A fartura me incomoda e, por vezes, me da náusea (e nem assim consigo vomitar). Triste ter um dicionário dentro de si e não saber como usá-lo. É como ser um analfabeto ou um estrangeiro no seu próprio país.
A sensação é que ninguém vai entender. Nem mesmo você.
- 12º fato sobre a vida.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
"É que um carinho, às vezes, cai bem"
Nessa dimensão de rotina, eu esqueci dos meus amigos, da minha família e dos meus amores. Fechei o mundo pra mim assim que bati a porta do meu quarto. E, nos emaranhados de lençóis sobre a cama, me escondi.
- 11º fato sobre a vida.
Tinha espaço ali na cama, no coração, no quarto e no meu mundo.
Não importava quem fosse: amigo, irmão, mãe ou amor. Sentia incessantemente o desejo de que alguém entrasse... E ficasse. Ainda que não muito tempo. Ainda que sem nada pra fazer.
Queria um olhar, um cafuné, um calor na alma e, quem sabe, até no corpo. Qualquer coisa.
Era muita pouquidade de presença. E, nesse incomodo assíduo, me abandonei e fugi do meu próprio mundo.
Como um bebê, que não sabe o que fazer e é indefeso pra qualquer atitude que se toma, me refugiei num mundo ao lado.
Esse mundo era o melhor do mundo! Encontrei o que precisava e até mais do que queria. Eu vi olhos transparentes de cuidado; mãos vestidas de delicadeza e afago sincero; colo que mima, que apoia e divide o peso do mundo lá fora.
Esse mundo de minha mãe era o meu preferido. Embora não fosse só um mundo. E sim um universo que acolhia todos os mundos atordoados, como o meu.
O universo de minha mãe virou pó. E os mundos que ali habitavam, se perderam. Agora, quando volto a ser bebê, viro órfão. Não tem mais ninguém no quarto ao lado.
Porém, desde que o universo estourou, deixei minha porta aberta pra quem se interessasse em, ao menos, olhar.
Sou sozinho com a ausência que insiste em perdurar. Sou mais um, com seu mundo, esperando outro mundo chegar.
- 11º fato sobre a vida.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
"A solidão é um bom lugar para se visitar, mas não é nada bom para se lá ficar"
Embaixo das cobertas, meu corpo enganando o frio.
O silêncio. A escuridão. Sintomas de companhia. Companhia da solidão que me entorpece, me dobra, me faz escravo da inércia, do obscuro, do vazio. Inércia que me faz passivo da morte.
Morte, que me traz vida, talvez.
- 10º fato sobre a vida.
O silêncio. A escuridão. Sintomas de companhia. Companhia da solidão que me entorpece, me dobra, me faz escravo da inércia, do obscuro, do vazio. Inércia que me faz passivo da morte.
Morte, que me traz vida, talvez.
- 10º fato sobre a vida.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
"As despedidas são promessas de reencontro"
Esse fato talvez seja o mais difícil de desenvolver. Eu, com minha vida repleta de despedidas, promessas e reencontros, ainda assim não sei explicar como cada momento desse é particular, pesado e especial. Tenho 17 anos e acho um pouco cruel da vida ter que me fazer se despedir tanto. Aí alguém poderia dizer: "Mas você se acostuma". Que dê a cara pra mim quem se acostumou a dizer adeus ou um até mais, quem deixou de chorar ou sentir o coração apertado por estar partindo ou por ver alguém partir.
A coisa mais triste de tudo isso é ter alguém do teu lado tentando te confortar como se a agonia amenizasse... Mas não ameniza. A despedida, seja ela definitiva ou momentânea, martiriza o coração até murchá-lo de tanta saudade.
Como diz Milton Nascimento: "A hora do encontro é também despedida". Ou seja, tua saudade pode ser tamanha a ponto de se sentir triste por um reencontro... Confuso, né? Minha teoria e prática é aproveitar o momento presente. Sentir a alegria do encontro e a tristeza da despedida, sem tentar desviar o sentimento, sem tentar se iludir achando que terá um próximo encontro e uma próxima despedida. "Tem gente que vai pra nunca mais". A gente nunca sabe do futuro, do ano que vem, do dia de amanhã, das horas seguintes... Ser vadio do sentimento não deveria ser vergonha pra ninguém.
E aí entra a frase desse fato. Porque o fato de se despedir também é um momento de carinho e consideração. Seria fácil demais sair sem nem dizer tchau a fim de tornarem as coisas menos dolorosas e, por isso, sentimos a necessidade da despedida. Porque embora a despedida seja essa agressão sem piedade, ela é também a nossa promessa, nossa certeza e nossa confissão de que tudo valeu a pena, de que vamos sentir saudade e de que vamos ser felizes se pudermos nos reencontrar mais uma vez.
- 9º fato sobre a vida.
A coisa mais triste de tudo isso é ter alguém do teu lado tentando te confortar como se a agonia amenizasse... Mas não ameniza. A despedida, seja ela definitiva ou momentânea, martiriza o coração até murchá-lo de tanta saudade.
Como diz Milton Nascimento: "A hora do encontro é também despedida". Ou seja, tua saudade pode ser tamanha a ponto de se sentir triste por um reencontro... Confuso, né? Minha teoria e prática é aproveitar o momento presente. Sentir a alegria do encontro e a tristeza da despedida, sem tentar desviar o sentimento, sem tentar se iludir achando que terá um próximo encontro e uma próxima despedida. "Tem gente que vai pra nunca mais". A gente nunca sabe do futuro, do ano que vem, do dia de amanhã, das horas seguintes... Ser vadio do sentimento não deveria ser vergonha pra ninguém.
E aí entra a frase desse fato. Porque o fato de se despedir também é um momento de carinho e consideração. Seria fácil demais sair sem nem dizer tchau a fim de tornarem as coisas menos dolorosas e, por isso, sentimos a necessidade da despedida. Porque embora a despedida seja essa agressão sem piedade, ela é também a nossa promessa, nossa certeza e nossa confissão de que tudo valeu a pena, de que vamos sentir saudade e de que vamos ser felizes se pudermos nos reencontrar mais uma vez.
- 9º fato sobre a vida.
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