sexta-feira, 4 de outubro de 2013

"As despedidas são promessas de reencontro"

Esse fato talvez seja o mais difícil de desenvolver. Eu, com minha vida repleta de despedidas, promessas e reencontros, ainda assim não sei explicar como cada momento desse é particular, pesado e especial. Tenho 17 anos e acho um pouco cruel da vida ter que me fazer se despedir tanto. Aí alguém poderia dizer: "Mas você se acostuma". Que dê a cara pra mim quem se acostumou a dizer adeus ou um até mais, quem deixou de chorar ou sentir o coração apertado por estar partindo ou por ver alguém partir.
A coisa mais triste de tudo isso é ter alguém do teu lado tentando te confortar como se a agonia amenizasse... Mas não ameniza. A despedida, seja ela definitiva ou momentânea, martiriza o coração até murchá-lo de tanta saudade.
Como diz Milton Nascimento: "A hora do encontro é também despedida". Ou seja, tua saudade pode ser tamanha a ponto de se sentir triste por um reencontro... Confuso, né? Minha teoria e prática é aproveitar o momento presente. Sentir a alegria do encontro e a tristeza da despedida, sem tentar desviar o sentimento, sem tentar se iludir achando que terá um próximo encontro e uma próxima despedida. "Tem gente que vai pra nunca mais".  A gente nunca sabe do futuro, do ano que vem, do dia de amanhã, das horas seguintes... Ser vadio do sentimento não deveria ser vergonha pra ninguém.
E aí entra a frase desse fato. Porque o fato de se despedir também é um momento de carinho e consideração. Seria fácil demais sair sem nem dizer tchau a fim de tornarem as coisas menos dolorosas e, por isso, sentimos a necessidade da despedida. Porque embora a despedida seja essa agressão sem piedade, ela é também a nossa promessa, nossa certeza e nossa confissão de que tudo valeu a pena, de que vamos sentir saudade e de que vamos ser felizes se pudermos nos reencontrar mais uma vez.


                                                                                                    - 9º fato sobre a vida.

Um comentário:

  1. As despedidas custam sempre e acho que nunca nos habituamos. Nem que nos tivéssemos que despedir de alguém todos os dias, ia magoar-nos de igual forma. No espaço de um mês, já tive que me despedir de três amigas e fiquei de coração nas mãos em todas elas. Mas acho mesmo que por mais que doa fazer esta espécie de ritual, digamos assim, não o fazer ainda era pior. Assim sempre olhamos a pessoa, damos um último abraço e sentimos que o tempo acabará por passar e não tarda estaremos juntas novamente

    Beijinhos*

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