sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"A melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida."

Eu e minha mãe nunca tivemos boa relação desde que meu pai morreu. Talvez por ser o filho mais velho, sempre senti a ausência dela. Ausência que o meu pai preenchia. Mas ele se foi e aí ficou vazio de vez.
Assim que fiz 18 anos, arrumei emprego numa cidade grande e me mudei pra lá. Deixei minha mãe e meus irmãos. Na verdade, abandonei. 
Vez ou outra me comunicava com eles. Pra ser mais preciso, no meu aniversário. Sempre ligavam. Sempre lembravam. Sempre. Em outras datas comemorativas também, mas eram poucas as vezes que eu atendia.
Essa foi a relação durante muitos anos. Até que eu conheci uma garota. E me apaixonei. Ela me ensinou sobre o amor e me fez ser melhor. E, nessa dinâmica de desafios que a gente se propunha de maneira pessoal ou a dois, chegou a vez de eu enfrentar minha família. De recuperar o tempo.
De fato, eu não sabia como fazer isso. Não tinha jeito. E não por orgulho, mas por vergonha. E uma ponta de medo por não ser perdoado, ainda que até hoje eles seguiam insistindo em mim.
Por muito tempo eu adiei esse "enfrentamento". Porque antes de ser eu e minha família, existia a guerra comigo mesmo. Até que nas vésperas no Natal, eu decidi que era chegada a hora. E assim fiz!
No dia 24, no fim da tarde, peguei um trem direto para Giethoorn. Cheguei por volta das onze e meia da noite.
Assim que cheguei em frente a minha casa, me veio um flash de lembranças de toda a minha vida naquela casa, do meu pai e da minha partida aos 18 anos. Uma alegria e uma nostalgia me invadiam o peito. Mas, sobretudo, a vontade de recomeçar e não perder mais tempo. Esqueci o medo.
Com toda essa mistura de sentimento, demorei um tanto pra tocar a campainha... Toquei. Não atendeu ninguém. Toquei novamente. E novamente não atendeu ninguém. Fiquei sem saber o que fazer por um instante até que resolvi ir embora. Quando já ia atravessar a ponte, ouvi vozes e a porta a se abrir. Olhei pra trás e lá estava ela, minha doce mãe, a que nunca desistiu de mim quando até eu desisti de mim mesmo. Fui ao encontro dela. Nos olhamos fixamente como se conversássemos por aí. Soltei minha mochila. Abri um sorriso e os braços, que nas entrelinhas diziam "Feliz Natal". E ela me agradeceu pelas entrelinhas das lágrimas.

                                                                                                    - 18º fato sobre a vida.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

"Não se decide amar e nem a quem"

O que eu pensei se estender pelo tempo, virou amor de verão... Duas pessoas carentes que talvez até se gostassem, mas sobretudo, se queriam! Viveram uma paixão linda, cheia de cumplicidade, ternura e alegria por cada vez se conhecerem mais e se quererem mais. Foram alguns meses com as vidas sendo compartilhadas, os sonhos, os planos futuros e até mesmo as promessas.

Ela era linda, parecia uma criança, cheia de dengo! Sabia a hora e as palavras certas pra dizer. Jogava com a música, com a poesia. Com esse jeito todo romântico, bonito e mágico, me ganhou. Era decidida e expressava tudo sem medo. Tinha suas responsabilidades, mas era a música que lhe fazia escrava. Escrava pois ela e a música não se libertavam uma da outra. Uma escravidão prazerosa, diga-se de passagem. E ela corria, ia longe, percorria quilômetros atrás desse sonho de mostrar sua música.
Eu, pelo contrário, era indeciso e medroso. Não sabia se me entregava a ela. Não sabia se deveria me permitir viver essa aventura. Era mais novo, tinha minhas incertezas pelo futuro. Tinha medo. Do futuro e disso que eu tinha com ela, que até hoje não sei nominar. Não sabia claramente quais eram meus sonhos e pelo que lutar cada dia.
Nós conversávamos por horas, sobre tudo. A madrugada era a nosso favor e nos unia como nada mais fazia. Nem mesmo a música, que era o braço direito dela e o pedaço da minha alma, soube nos juntar tão bem.
Apesar do gosto comum pela arte, nem falávamos muito sobre isso. Cada um tinha lá o seu certo ciúme por tudo que apreciava (risos). Mas nunca pudemos evitar trocar músicas que, no momento, era a descrição sentimental ou física de cada um.
Nessa convivência e troca direta de sentimentos indiretos, eu me apaixonei por ela. Nos prometemos futuros, nos declaramos! Mergulhei nesse amor que eu sentia e por dias, fui muito feliz.
Fui porque foi. Já não mais é. O passado veio à tona e ela, talvez por esperteza, escolheu outro. Um ex-amor... Talvez ele fosse mais maduro, por ser mais velho que eu. Talvez fosse mais bonito, mais interessante. Talvez ela o amasse mais. Apesar de ter dito e demonstrado que gostava de mim.

O que eu pensei se estender pelo tempo, virou amor de verão! Duas pessoas carentes que talvez até se gostassem, mas sobretudo, se queriam! Viveram uma paixão linda, cheia de cumplicidade, ternura e alegria por cada vez se conhecerem mais e se quererem mais. Foram alguns meses com as vidas sendo compartilhadas, os sonhos, os planos futuros e até mesmo as promessas... Mas acabou. Ela se foi, e feliz! Já eu... Bem, eu escrevo. Tento externar o que é se jogar por amor e ter alguém lá em baixo que vai te pegar, mas três segundos antes disso, sai e fica só olhando você cair. Tento externar o que é continuar no chão enquanto a outra pessoa finge que nada aconteceu.
Mais uma vez levo fraturas de um amor que não foi amor, senão de minha parte. Mas, no coração não se manda! A gente amolece, cai, levanta, endurece, amolece... Sempre assim, nesse ciclo. E a vida segue. Cabeça levantada, bola pra frente! Coração pra frente!


                                                                                - 17º fato sobre a vida.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

"Amar é esquecer um pouquinho de si mesmo."

Porque não faz sentido estar sozinho. Não faz sentido usar o egoísmo como desculpa pra não se importar com ninguém ou nada que está ao seu redor. Não faz sentido usar o egoísmo pra que ninguém pense em você.
Estar só não é um ato heroico, não é uma atitude de quem é forte... Forte é quem convive, quem se preocupa, quem substitui o "quero" pelo "tenho que", quem briga, quem erra, quem está atento, quem se sente responsável pelo próximo, quem se doa, quem esquece a própria dor pela dor do outro. Forte é quem faz as pazes, assume o erro, recomeça; quem leva bronca, quem tem alguém que se preocupe, que se importe, que te dê atenção; quem tem um responsável, quem tem alguém pra conviver, pra se doar, pra tomar sua dor. 
Forte é quem é feliz. Feliz é quem ama a ponto de esquecer de si. E isso não é problema... Porque o outro o ama a ponto de fazê-lo lembrar.
  

                                                                                        - 16 fato sobre a vida.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"Tem dias em que qualquer sopro do vento me faz querer partir de volta"

É raro quando passa de seu dia estar correndo dentro da normalidade até que você encontra alguma coisa ou alguém que carregue um cheiro que te faz lembrar algum lugar, alguma outra coisa ou outro alguém. 
Esse cheiro específico e, por caráter transitivo, especial, é o passaporte pra viagem no tempo. Viagem essa que te dá a sensação mais espantosa de saudade. Porque não se sabe identificar se é bom ou ruim toda essa mescla de recordações e vontade de viver de novo. 
Os sintomas? Um aperto no peito, uma angustia. Mas, ao mesmo tempo, um sorriso no rosto e a felicidade por poder estar revivendo o passado, ainda que só na imaginação. É como se a mente agradecesse, mas o corpo reclamasse. São inversamente proporcionais...
A mente tá ali, feliz por recordar e, sobretudo, por ter vivido. O corpo não, ele pede, precisa e quer de novo.


                                                                                                 - 15º fato sobre a vida.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

"O tempo às vezes é alheio à nossa vontade"

O tempo que tem a função de curar, fez foi me abrir uma ferida que, na verdade, já me era prevista pelo medo. O medo que por tempos me atormentou e agora, me engoliu. E a ferida nova chamada Inércia, pois não há nada que eu possa fazer pra mudar o castigo do tempo, me corrói pouco a pouco. Pouco que é muito, que é mais sofrível do que se as coisas fossem ligeiras.
E eis-me aqui para escrever sobre uma dor de minha vida, a qual assisto sem poder reagir.
A vida nos submete a sofrimentos e nos requer desapego. E, nesse momento, meu estado de dor me paralisa quando eu quero não sofrer. A dor me venceu. Perdi. Morre vida e viva a morte!


                                                                                                      14º fato sobre a vida.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

"Alegria da tristeza"

Esses dias refleti sobre as causas da tristeza e espantosamente cheguei a uma conclusão um tanto quanto óbvia, porém impensável para muitos. A morte, a saudade, a distância... São só alguns dos mais responsáveis por tanto sofrimento.
Meu pensamento surgiu da pergunta: Por que tanto?
Tanto é advérbio de intensidade que, no entanto, não diz nem um décimo do que exatamente se sente. Ou seja, é um advérbio um tanto mentiroso (risos).
Retomando, nesse entretempo de crise exaustiva de sentir, dúvidas e inconformidade, eis que surge a conclusão: dor é também felicidade. Por quê? Porque as coisas mais bonitas da nossa vida, seja amor ou amizade, requerem sofrimentos e sacrifícios. Ou seja, toda essa angústia que tanto atormenta, é puramente o reflexo do que te enche de felicidade. Assim, quanto mais isso te faz feliz, mais te dói, mais te custa, mais resistência requer de você. São diretamente proporcionais.
Sei que, com a condição de sermos humanos, sempre vai existir as queixas, reclamações etc. E que seja assim! Mas, também, é conveniente e até mais suportável quando há o nosso reconhecimento de que a dor provém das coisas mais lindas da nossa vida. Então, que possamos agradecer a Deus não pela dor, mas pela oportunidade de sofrer por algo que vale a pena.
                 
                                                                           
                                                                                      13º fato sobre a vida.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

"Falar é fácil. Difícil é dizer"

E, de última, ando sem saber o que dizer e como dizer. Engulo as palavras como uma gulosa pecadora, porque não tenho a necessidade de tê-las (e, na verdade, nem quero), mas as tenho. Não quero porque é feio. E bonito é não saber o que falar quando se tem muito a dizer. Quando se pode falar de outras formas, anti-palavras.
A fartura me incomoda e, por vezes, me da náusea (e nem assim consigo vomitar). Triste ter um dicionário dentro de si e não saber como usá-lo. É como ser um analfabeto ou um estrangeiro no seu próprio país.
A sensação é que ninguém vai entender. Nem mesmo você.
                                                                                       

                                                                                               - 12º fato sobre a vida.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

"É que um carinho, às vezes, cai bem"

Nessa dimensão de rotina, eu esqueci dos meus amigos, da minha família e dos meus amores. Fechei o mundo pra mim assim que bati a porta do meu quarto. E, nos emaranhados de lençóis sobre a cama, me escondi.
Tinha espaço ali na cama, no coração, no quarto e no meu mundo.
Não importava quem fosse: amigo, irmão, mãe ou amor. Sentia incessantemente o desejo de que alguém entrasse... E ficasse. Ainda que não muito tempo. Ainda que sem nada pra fazer.
Queria um olhar, um cafuné, um calor na alma e, quem sabe, até no corpo. Qualquer coisa.
Era muita pouquidade de presença. E, nesse incomodo assíduo, me abandonei e fugi do meu próprio mundo.
Como um bebê, que não sabe o que fazer e é indefeso pra qualquer atitude que se toma, me refugiei num mundo ao lado.
Esse mundo era o melhor do mundo! Encontrei o que precisava e até mais do que queria. Eu vi olhos transparentes de cuidado; mãos vestidas de delicadeza e afago sincero; colo que mima, que apoia e divide o peso do mundo lá fora.
Esse mundo de minha mãe era o meu preferido. Embora não fosse só um mundo. E sim um universo que acolhia todos os mundos atordoados, como o meu.

O universo de minha mãe virou pó. E os mundos que ali habitavam, se perderam. Agora, quando volto a ser bebê, viro órfão. Não tem mais ninguém no quarto ao lado.
Porém, desde que o universo estourou, deixei minha porta aberta pra quem se interessasse em, ao menos, olhar.
Sou sozinho com a ausência que insiste em perdurar. Sou mais um, com seu mundo, esperando outro mundo chegar.
                                                     
                    
                                                                                                  - 11º fato sobre a vida.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

"A solidão é um bom lugar para se visitar, mas não é nada bom para se lá ficar"

Embaixo das cobertas, meu corpo enganando o frio. 
O silêncio. A escuridão. Sintomas de companhia. Companhia da solidão que me entorpece, me dobra, me faz escravo da inércia, do obscuro, do vazio. Inércia que me faz passivo da morte.
Morte, que me traz vida, talvez.
                                                                                     

                                                                                                           - 10º fato sobre a vida.                     

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

"As despedidas são promessas de reencontro"

Esse fato talvez seja o mais difícil de desenvolver. Eu, com minha vida repleta de despedidas, promessas e reencontros, ainda assim não sei explicar como cada momento desse é particular, pesado e especial. Tenho 17 anos e acho um pouco cruel da vida ter que me fazer se despedir tanto. Aí alguém poderia dizer: "Mas você se acostuma". Que dê a cara pra mim quem se acostumou a dizer adeus ou um até mais, quem deixou de chorar ou sentir o coração apertado por estar partindo ou por ver alguém partir.
A coisa mais triste de tudo isso é ter alguém do teu lado tentando te confortar como se a agonia amenizasse... Mas não ameniza. A despedida, seja ela definitiva ou momentânea, martiriza o coração até murchá-lo de tanta saudade.
Como diz Milton Nascimento: "A hora do encontro é também despedida". Ou seja, tua saudade pode ser tamanha a ponto de se sentir triste por um reencontro... Confuso, né? Minha teoria e prática é aproveitar o momento presente. Sentir a alegria do encontro e a tristeza da despedida, sem tentar desviar o sentimento, sem tentar se iludir achando que terá um próximo encontro e uma próxima despedida. "Tem gente que vai pra nunca mais".  A gente nunca sabe do futuro, do ano que vem, do dia de amanhã, das horas seguintes... Ser vadio do sentimento não deveria ser vergonha pra ninguém.
E aí entra a frase desse fato. Porque o fato de se despedir também é um momento de carinho e consideração. Seria fácil demais sair sem nem dizer tchau a fim de tornarem as coisas menos dolorosas e, por isso, sentimos a necessidade da despedida. Porque embora a despedida seja essa agressão sem piedade, ela é também a nossa promessa, nossa certeza e nossa confissão de que tudo valeu a pena, de que vamos sentir saudade e de que vamos ser felizes se pudermos nos reencontrar mais uma vez.


                                                                                                    - 9º fato sobre a vida.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

"Agradecer nunca vai ser suficiente"

As palavras me engoliram, me intimidaram. Não pude dizer pessoalmente tudo o que queria, embora as lágrimas e os olhares pudessem expressar coisa mínima do que eu pude sentir. Eis minha gratidão em forma de verbo... 

Não foi perfeito. Teve estresse, tensão e cansaço. 
Foram dias incomuns ainda que sem sair da normalidade.
Um giro pela cidade, ônibus perdidos, atrasos, cafés, várias idas ao aeroporto, chegadas, partidas, presentes, mensagens, parque aquático, protestos no litoral, aniversário surpresa, caminhadas longas, pôr do sol, musicas infernais que acabaram sendo xodó, sorrisos, muitas fotos, abraços apertados, emoção, recomeços, gratidão...
A cumplicidade e a capacidade dos que estavam ao meu redor de fazer as pequenas confusões se tornarem riso dentro de alguns minutos, foi a chave de ouro que fez desses dias, esses memoráveis dias. E justo por ser imperfeito, foi tão melhor quanto se fosse perfeito. Porque cada dificuldade, desentendimento ou perda de ideia fez desses últimos dias o que eles foram.
Hoje só me resta mesmo a saudade e a presença ausente reforçada dos que estiveram aqui me tomando da solidão. Nossas almas agora estão ligadas mais que antes. E só por ter tido esse resultado espiritual, cada momentinho ficou aqui especialmente guardado na lembrança e, ao coração, deu uma inexpressividade de gratidão quase tão imensa quanto a felicidade por ter vivido isso.


                                                                                                   - 8º fato sobre a vida.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"Família não troco por nada, e nem por ninguém. São partes de mim, partes do meu ser. São pedaços do meu coração"

Estou receando escrever esse fato, mas não sei bem explicar o porquê. Talvez por eu ter uma história de vida muito louca em relação à isso, ou pelo fato de cada um ter sua visão particular sobre.
No mais, todo mundo fala e sabe que a família é a base de qualquer coisa.
Estranho é que mal sabemos nós que a família é nossa verdadeira identidade: todos os defeitos, as qualidades, a maneira de pensar, de agir, tudo é "culpa" da família.
Cada culpa com sua peculiaridade de se fazer ao mesmo tempo distinta e igual a todas as outras.
No meu caso, julgo minha família pela culpa de me fazer sonhadora, daquelas que acreditam que o mundo um dia seja cheio de Amor e compreensão. Julgo pela culpa da minha impontualidade; da minha consciência de saber que quando a gente almeja mudança, ela começa de nós mesmo; de saber também que o outro é um você, basta você dispor a se colocar diante dele e ver a coisa toda de um outro ângulo. Julgo pela culpa de me fazer mais de uma, tentando estar presente em tudo e com todos. Julgo pela culpa da minha loucura, que me deixa impulsiva, retardada, sem graça, mas feliz. Pela culpa de apreciar tanto o Amor e todos os sentimentos derivados ou interligados à ele. Pela culpa de me fazer apaixonada pela simpleza e tudo o que ela gera. Por N coisas, fatores ou sentimentos.
E vocês, que agora estão a ler-me, mais que eu, sabem das culpas que hoje os tornam quem os são. Independente de serem agradáveis ou desagradáveis. Elas são você.
É incontestável a importância da família pra cada ser que integra a ela (e, infelizmente, alguns não tem essa pontual consciência). Mas, na verdade, a construção, o convívio e a estrutura da família é a nossa essência verdadeira, toda ela. Pura e singular.

                                                                                               - 7º fato sobre a vida.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

"Nada do que é feito por amor é pequeno"

Coisa boa é fazer algo pra alguém, esse alguém reconhecer o que você fez e te retribuir. Claro que, com algumas pessoas custa o reconhecimento. Pode demorar dias, anos, décadas. Mas até aí, o que não vale é desistir. Não há nada mais gratificante do que se sentir amado. O problema é que as pessoas querem somente e só ser amados. Mas e dar amor?
Nunca o que você der vai ser suficiente, não existe uma medida certa e limitada pra amar. Se você desiste, cansa de não receber nada em troca, não aprendeu nada sobre amor. Porque amor é isso, dar tudo à todos sem esperar nada em troca.
Não custa muito... O esforço de sorrir pra alguém quando não se tem vontade é uma forma de amor. Se colocar à disposição mesmo não tendo tamanha disponibilidade... Tudo é amor!
Conto a vocês... Há alguns dias fui de ônibus à um show. Quando entrei e passei pelo trocador ele me desejou boa noite, e eu como a maioria que passou por ele, nem respondi e olhei somente de relance, sem prestar atenção nenhuma. Me sentei numa cadeira que ficava ao lado dele, e durante o percurso fiquei notando o seu comportamento: ele dava boa noite pra todos que entravam no ônibus, sorria e olhava firme pra pessoa. Achei de uma grandeza imensurável esses poucos gestos que, por mais que pequenos, fazem muita diferença. Senti uma felicidade inominável e depois, arrependimento; pois tive a oportunidade de retribuir e não aproveitei.
Refleti então por ter mais atenção nas coisas pequenas, sem deixar de lado também as grandes, afinal é responsabilidade nossa saber a hora certa de reconhecer e retribuir cada gesto de amor.


                                                                                         - 6º fato sobre a vida.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"Quem planta árvores, cria raízes. Quem cultiva amizades, também"

Coisas ruins a gente não considera novidade. Então, partindo desse princípio de que novidade é algo bom, me diz você! Não é assustadoramente bom se reconhecer no outro?
Não sei vocês, eu penso a amizade como a arte mais complicada e inalcançável de perfeição, o sentimento mais precioso da vida. Aí alguém levanta a mão e pergunta: "E o amor?". Não sei exatamente, mas pra mim, tá tudo interligado de algum jeito. Poderia dizer que Amor e Amizade são como irmãos siameses. Dois sentimentos em uma só questão, duas questões com o mesmo sentimento.
De forma antagônica, consegue ser sutil e resoluto ao mesmo tempo.
E todo esse mistério de bater o olho em alguém e sentir na atmosfera uma simpatia irreconhecível com quem você nunca trocou palavra, ou de outro modo, sentir nas palavras essa mesma simpatia sem nunca bater de olho com esse alguém, é uma sensação deliciosa de estranheza!
Mais inquieto ainda é quando a árvore tá no seu início de vida e já mostra suas folhas idênticas, como o elo dessa pequena criação. Creio eu que as raízes custam a crescer porque as diferenças são mais difíceis a se adaptar. E quando a gente se adapta, de verdade, aí não tem mais volta, a raiz finca e é pro resto da vida.
Há pessoas que com uma simples ventania prefere cortar o tronco logo de uma vez... Acho um absurdo. Depois a chuva e a luz do sol vem e conserta tudo, fortifica e frutifica.
Não é à toa que desmatamento é crime.


                                                                                      - 5º fato sobre a vida.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"Deve haver alguma coisa que ainda te emocione"

Abraço. Calmaria. Boa companhia. Colo. Visita. Lembrança. Canção. Surpresa. Comida boa. Passeio. Bom livro. Bagunça. Cumplicidade. Dia em família. Sms saudoso. Carta. Presente. Foto. Viajar. Companheiro. Gente pequena com gente menor ainda. Voltar a ser criança. Simpleza. Gestos. Amigo da vida inteira. Compartir. Lugar. Reencontros. Bom show. Cantar. Soneca. Festa. Jogo. Acampamento. Elo. Cartão postal. Férias. Carinho. Cheiro de chuva. Mico. Amigos. Nota boa. Sushi. Praia. Desmantelo. Alento. Poesia. Flores. Momentos inexplicáveis. Madrugar. Romper fronteiras. Quadrinhos. Xodó. Gente que faz a gente mais feliz. Diferenças. Encenar. Amor. Pôr do sol. Doidice. Liseira. Regionalismo. Arte. Cuidar. Ideal. Frio. Aventura. Poema. Lua cheia. Gente que é irmã por escolha. Compor. Chaves. Chapolin. Chocolate. Boa conversa. Conhecer. Desenhar. Pintura. Saudade. Sorrisos. Eternidade. Gente que é ridícula com você. Chamada no skype. Ombro amigo. Ler. Xarás. Preguiçar. Mãe. Gente que acredita num mundo melhor. Uma ligação. Artista preferido. Cheiro. Sair. Improviso. Sonho. Presentear. Apostar corrida com os amigos. Pelúcia. Felicitações. Elogio. Gratidão. Bilhete. Favor. Sorte. Riso frouxo. Compaixão. Fraternidade. Seriado. Maresia. Campo. Violão. Mochilada. Olhares que conversam. Céu estrelado. Desejos. Gente que tá perto ainda que tão longe. Casa da vó. Luau. Caminhada na beira do mar. Nascer do sol. Cheiro de neném. Proteção.


                                                                               - 4º fato sobre a vida.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

"O fim de uma etapa é um novo começo de nós mesmos"

Esse fato é tão fato que não se faz necessário mais nenhuma palavra minha ou de outra pessoa.
Mas, não há nada mais curioso do que se redescobrir no meio do novo. Nada mais que o novo pra te deixar com medo. Nada mais novo do que a incerteza do labirinto cheio de mistérios. 
E se por um lado o curioso é aguçado, por outro a melancolia te invade.
Penso que um dos maiores defeitos dos seres humanos é achar a vida um nada e viver de qualquer jeito. Mal sabemos nós o quão importante é cada segundo perdido, cada ato. O quanto é fundamental vivê-los bem.
E, infelizmente, a gente só se dá conta disso quando chega ao final. Aí a melancolia vem que nem temporal, trazendo os ventos fortes do arrependimento.
Mas, ao mesmo tempo, traz a chuva pra lavar a alma e te lembrar o quanto, apesar do erro, valeu a pena.
                                                                              
                                                                                                     - 3º fato sobre a vida.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

"Quem canta seus males espanta"

Aquele que nunca ouviu esse dito que seja julgado como extra-terrestre!
Nunca parei pra pensar essa frase (talvez por ser tão comum no dia a dia). Geralmente dizem que quando a vida tá boa demais, o canto surge naturalmente. Quando a situação já é um pouco desgostosa, o canto surge para te afundar mais ainda nesse sentimento.
Eis que então, penso na tristeza que deve ser a realidade dos mudos ou surdos…
O ato de cantar é tão natural quanto respirar. Isso te acompanha toda a vida, pelo dia inteiro. E, ainda assim, nunca raciocinamos a chegar a conclusão de que cantar é um dos melhores remédios da vida. Tanto quanto o próprio choro ou um ombro amigo.
Pra alguns, cantar é dom. Pra outros, também é dom, mas um dom peculiar, daqueles de temperar a vida de acordo com o que ela oferece, sem saber ou se importar se o tom está desafinado ou a nota incerta.
Mas, de fato, vejamos bem como é verídico esse ditado... O canto, talvez mais do que o próprio ato da escrita, é revelador na expressão do estado da sua essência. E, ao mesmo tempo, libertador.
Que atire a primeira pedra quem nunca se emocionou (seja de tristeza ou alegria) cantando uma música; quem nunca sentiu a alma leve, como se estivesse lavada e exposta no varal, quando ouviu uma canção que te entendeu; quem nunca sentiu uma enxurrada de arrepios tão involuntários e descontrolados por escutar e se ver exclusivamente cantado na música do seu artista preferido; quem nunca, depois de cantar, sentiu o alívio da dor ou alegria de poder colocar sua voz pra fora como se o mundo estivesse ouvindo; quem nunca espantou seus
 males ou expandiu a alegria pelo simples ato de cantar... Quem nunca?                               
                                                                                  
                                                                                  - 2º fato sobre a vida.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

"Saudade é não saber"

De fato, como em todos os temas distintos possíveis, somos meros seres humanos ignorantes. Logo, por que aconteceria diferente com a Saudade?
Saudade que é hoje amiga próxima e companheira fiel, senão mesmo, um clichê na vida de muita gente. E eu, como todos os outros tantos, além de ignorante, sou suspeita por tentar entendê-la ou descrevê-la.
Quem dirá que o amor é possível medir? Não dá, imensurável! Assim como a saudade. Mas como achar um jeito de defini-la?
No dicionário: "sentimento melancólico causado pela ausência ou pelo desaparecimento de pessoas ou coisas a que se estava afetivamente muito ligado, pelo afastamento de um lugar ou de uma época, ou pela privação de experiências agradáveis vividas anteriormente".
De acordo com Fagner: "Saudade a gente não explica."
Ana Carolina canta: "Saudade mata a gente, menina!"
Já Moska, diz: "Saudade, eterno filme em cartaz."
Eu, entretanto, afirmo que saudade é que nem o céu: infindo, cheio de estrelas, e inconstante. Pois não sabe decidir se é claro ou escuro. E, de fato, saudade não é só a dor da falta, como também a delícia das boas lembranças. De maneiras distintas, consegue dar um tiro no coração ou arrancar um sorriso sincero.
Porém, com todos os pontinhos de interrogação e reticências sobre o assunto, continuo insistindo a explicação ou a origem de tanta lembrança, tanta necessidade, tanto sentimento, tanta imensidão e de até mesmo uma pequenininha explicação de não haver explicação.
Mas, no final, ainda com conceitos e opiniões, dúvidas ou certezas, chego sempre na mesma tranca: Saudade é não saber… E, convenhamos, no fundo, disso, a gente sabe.
                                                                                                          
                                                                                                       — 

1º fato sobre a vida.